PSICOLOGIA | Helena Santos

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ASIEDADE

Transtorno de Ansiedade Social (Fobia Social)

Caracteriza-se por um medo ou ansiedade intensos em situações sociais onde o indivíduo é exposto a possível avaliação por outras pessoas. Ele teme agir de forma a demonstrar sintomas de ansiedade e ser avaliado negativamente. As situações sociais como festas, reuniões, encontros são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade, que normalmente são desproporcionais à ameaça real. Esses sintomas duram geralmente mais de 6 meses. Causam sofrimento excessivo, interferindo no dia a dia do indivíduo.

Sintomas físicos:

 Taquicardia/palpitação

 Sudorese (suor nas mãos e pés)

 Boca seca

 Rubor (rosto avermelhado)

 Tremor (muscular, voz)

Sintomas psíquicos:

 Sentimento de confusão, vergonha e humilhação

 Autodepreciação

 Medo de avaliação negativa

 Timidez excessiva (porém nem todo tímido é fóbico social)

Situações de desempenho ou de ser observado:

 Falar em público

 Comer, beber, escrever na frente das pessoas

 Atravessar uma sala com pessoas sentadas

 Usar banheiro público

Situações de interação social:

 Conversar ao telefone

 Falar com estranhos

 Participar de eventos sociais/palestras

 Lidar com autoridades

 Situações de paquera

Transtorno de Pânico

O Transtorno de Pânico são “ataques de pânico” acontecendo de forma recorrente e inesperados, ou seja, acontecem mais de uma vez e pode parecer vir “do nada”, e que na verdade são descritos como um surto abrupto de medo ou desconforto intensos que alcança um pico em minutos e durante o qual, o indivíduo sente:

 Palpitação/coração acelerado/taquicardia

 Sudorese (suor)

 Tremores

 Sensação de falta de ar ou asfixia

 Dor ou desconforto no peito

 Náusea ou desconforto abdominal

 Sensação de tontura, formigamento nas mãos/braços/pés/pernas

 Calafrios

 Medo de perder o controle ou medo de morrer, entre outros

Acompanhando esses sintomas, estão a apreensão ou a preocupação excessiva persistente de ataques de pânico adicionais ou sobre suas consequências (por exemplo perder o controle, ter um ataque cardíaco, enlouquecer). Pode ocorrer uma mudança desadaptativa significativa no comportamento, pois tentando evitar os ataques de pânico, o indivíduo deixa de enfrentar as situações temendo outros ataques.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

As características essenciais do TAG (Transtorno de Ansiedade Generalizada) são ansiedade e preocupação excessivas (expectativa apreensiva) acerca de diversos eventos ou atividades.

O indivíduo tem dificuldade de controlar a preocupação e de evitar que pensamentos preocupantes interfiram na atenção às tarefas em questão.

As preocupações excessivas normalmente estão relacionadas às circunstâncias diárias da rotina de vida, como possíveis responsabilidades no trabalho, saúde e finanças, saúde dos membros da família, desgraça com seus filhos ou questões menores como realizar as tarefas domésticas ou se atrasar para um compromisso.

Preocupação excessiva com questões financeiras: perde o sono desnecessariamente

Família: necessidade de ter certeza que todos estão bem

Trabalho: sempre antecipando discussões ou coisas ruins... E se?

Acadêmicas: preocupação com resultados perfeitos

É comum nos preocuparmos com situações diversas do dia a dia, mas as preocupações associadas ao transtorno de ansiedade generalizada são excessivas e exacerbadas e geralmente interferem de forma significativa no funcionamento geral da vida do indivíduo, além de serem mais intensas e angustiantes e ter maior duração.

Sintomas:

 Inquietação ou sensação de estar com os “nervos à flor da pele”

 Fatigabilidade

 Dificuldade de concentrar-se ou sensação de “branco”

 Irritabilidade

 Tensão muscular

 Perturbação de sono

 Problemas gastrointestinais

 Autocrítica excessiva e perfeccionismo

 Dificuldade em fazer escolhas

 Necessidade de ter certeza

 Aversão a surpresas

Agorafobia

Caracteriza-se por medo ou ansiedade intensa desencadeado pela exposição real ou prevista a diversas situações como:

 Uso de transporte público (ônibus, trem, navio, avião)

 Permanência em espaços abertos (pontes, mercados, áreas de estacionamentos) ou locais fechados (lojas, teatros, cinemas)

 Permanência em uma fila ou ficar em meio a uma multidão

 Sair de casa sozinho

Quando entram em contato com essas situações, os indivíduos experimentam pensamento de que algo terrível possa acontecer, acreditam com frequência que escapar dessas situações poderia ser difícil, pensando “não consigo sair daqui" ou que a ajuda pode não estar disponível, como “não há ninguém para me ajudar” quando ocorrem sintomas como tontura, desmaio e medo de morrer, outros como vomitar e também sintomas inflamatórios intestinais. O medo ou a ansiedade estão presentes quase todas as vezes que o indivíduo entra em contato com a situação temida e geralmente são desproporcionais ao perigo real.

A agorafobia pode levar o indivíduo a ficar completamente restrito à sua casa, incapaz de sair e dependente de outras pessoas para serviços ou até assistência para suas necessidades básicas.

Fobia Específica

Caracteriza-se por medo ou ansiedade acentuados e intensos quando diante de um objeto ou situação como voar, altura, animais, tomar uma injeção ou ver sangue.

Há muita ansiedade e sofrimento ao entrar em contato com o objeto ou situação temidos, por isso o indivíduo usa estratégias para evitar o contato como por exemplo: ao ter que pegar um elevador, ele procura a escada ou o medo de “altura” faz com que o indivíduo mude de caminho para evitar pontes e viadutos.

Normalmente o medo e a ansiedade são desproporcionais em relação ao perigo real imposto pelo objeto ou situação específica, mas, o indivíduo acaba superestimando o perigo e fazendo de tudo para não enfrentá-lo.

Tipos de fobias:

 Animal (aranhas, borboletas, insetos, cães)

 Ambiente natural (altura, tempestade, água)

 Sangue / injeção / ferimentos (agulhas, procedimentos médicos invasivos)

 Situacional (aviões, elevadores, locais fechados)

DEPRESSAO

Depressão (Transtorno Depressivo Maior)

Depressão é um transtorno onde os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo e prejuízo no funcionamento social, profissional ou em outras áreas da vida do indivíduo. São caracterizados por:

 Sentimento de tristeza frequente

 Falta de esperança

 Perda de interesse ou prazer em fazer as atividades que antes eram realizadas com naturalidade

 Perda ou aumento de apetite

 Dificuldade para dormir ou dormir exageradamente

 Sensação de cansaço extremo

 Falta de vontade para conversar

 Diminuição de energia: mesmo as tarefas mais leves parecem exigir um esforço substancial

 Preocupações cheias de culpa ou ruminações acerca de pequenos fracassos do passado

 Diminuição da capacidade para pensar, se concentrar ou de tomar decisões

 Facilidade para se distrair e problemas com a memória

 Pensamentos recorrentes de morte e ideação suicida, por exemplo um desejo passivo de não acordar pela manhã, ou acreditar que os outros estariam melhor caso estivesse morto

Esses sintomas deverão estar presentes quase todos os dias, na maior parte do dia ou pelo menos durante duas semanas consecutivas.

Distimia (Transtorno Depressivo Persistente)

A distimia se apresenta através de sintomas semelhantes a depressão:

 Apetite diminuído ou alimentação em excesso

 Insônia ou hipersonia

 Baixa energia ou fadiga

 Baixa autoestima

 Concentração pobre ou dificuldade em tomar decisões e sentimentos de desesperança

A diferença se dá pelos sintomas menos severos, porém, duradouros. É muito comum escutar do distímico que “sempre foi desse jeito”, o que contribui muito para uma demora em procurar ajuda.

É frequente encontrar mais pessoas com este diagnóstico na família.

BIPOLAR

Transtorno Bipolar Tipo I

Para o tipo I, é necessário preencher critérios para um episódio maníaco. Pode ter sido antecedido ou precedido de episódios hipomaníacos ou depressivos.

No episódio maníaco, o paciente apresenta elevação do humor, seja irritável ou expansivo ou elevação anormal de atividades dirigidas a objetos ou de energia. Esse humor é eufórico e grandioso, há diminuição da necessidade de sono, aceleração da fala e pensamento com fuga de ideias, aumento de distração e energia, envolvimento excessivo em atividades com alto potencial de dano (para si ou outros), graves o suficiente para causar prejuízo acentuado no funcionamento e/ou hospitalização e/ou sintomas psicóticos.

Em relação ao episódio hipomaníaco há também a elevação do humor, seja irritável ou expansivo ou elevação anormal de atividades dirigidas a objetos ou de energia, mas deve estar associado à mudança clara no funcionamento e são observáveis por outras pessoas. Os sintomas são semelhantes aos episódios de mania, mas não graves o bastante para causar prejuízo acentuado, internação e/ou sintomas psicóticos.

No episódio depressivo maior, o paciente apresenta humor deprimido, diminuição nas atividades que antes eram prazerosas, alteração no padrão de sono, apetite/peso, fadiga, sentimento de culpa ou inutilidade, dificuldade de concentração e resolução de problemas, pensamentos de morte e desesperança, causando sofrimento e prejuízo significativos.

Transtorno Bipolar Tipo II

Também apresentam episódios hipomaníacos e depressivos como os citados acima, mas, não apresenta durante o percurso da doença, episódio maníaco. Causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento.

TDAH

Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

O TDAH é um transtorno neurobiológico, de causas genéticas e que tem como característica essencial um padrão persistente de desatenção e/ou hiperatividade-impulsividade.

A pessoa com essa “desatenção” frequentemente:

 Não presta atenção em detalhes ou comete erros por descuido em tarefas escolares ou relacionadas ao trabalho

 Tem dificuldade em manter a atenção em tarefas

 Tem dificuldade em manter o foco durante aulas

 Nas conversas, não parece escutar quando alguém lhe dirige a palavra

 Parece sempre estar com a cabeça longe

 Não consegue seguir instruções até o fim e não consegue terminar trabalhos escolares

 Tem dificuldade para organizar tarefas e atividades, como gerenciar tarefas sequenciais, mau gerenciamento do tempo, dificuldade em cumprir prazos

 Frequentemente perde coisas necessárias para as atividades

 É facilmente distraído por estímulos externos

Já a hiperatividade refere-se à atividade motora excessiva e a pessoa frequentemente:

 Remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira

 Levanta da cadeira quando se espera que fique sentado (sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em qualquer outro local)

 Corre ou sobe nas coisas em situações que isso é inapropriado

 É incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente

 "Não para", agindo como se estivesse com o "motor ligado"

 Fala demais, frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída

 Tem dificuldade para esperar sua vez, frequentemente interrompe ou se intromete

Nos adultos, pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade.

A impulsividade refere-se às ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (por exemplo atravessar uma rua sem olhar)

O TDAH começa na infância

Na pré-escola, a principal manifestação é a hiperatividade e a desatenção e costuma ser identificada com mais frequência durante os anos do ensino fundamental. Pode acompanhar o indivíduo por toda sua vida.

TOC

Transtorno Obsessivo Compulsivo

As características essenciais do TOC são a presença de obsessões, compulsões ou ambas.

Obsessões são definidas por:

Pensamentos, impulsos ou imagens recorrentes e persistentes que, são experimentados como intrusivos e indesejados e que na maioria dos indivíduos, causam acentuada ansiedade ou sofrimento. O indivíduo tenta ignorar ou suprimir tais pensamentos, impulsos ou imagens ou neutralizá-las com algum outro pensamento ou ação.

Exemplo: contaminação, imagens de cenas violentas, entre outras.

Compulsões são definidas por:

Comportamentos repetitivos ou atos mentais os quais o indivíduo se sente compelido a executar em resposta a uma obsessão ou de acordo com regras que devem ser rigidamente aplicadas. Esses comportamentos visam prevenir ou reduzir a ansiedade ou o sofrimento e não têm uma conexão realista com o que visam neutralizar ou evitar ou são claramente excessivos.

Exemplo: lavar as mãos, organizar, verificar, orar, contar, repetir palavras em silêncio, entre outros.

A maioria das pessoas com TOC tem obsessões e compulsões que tomam muito tempo, por exemplo lavar as mãos por mais de uma hora por dia. O início geralmente é gradual, comprometendo cada vez mais a vida da pessoa com o passar do tempo.

Tricotilomania

A característica essencial da tricotilomania é arrancar o próprio cabelo de forma recorrente, resultando na perda dos fios. Esse comportamento pode ocorrer em qualquer região do corpo em que crescem pelos. Acontecem em breves episódios distribuídos durante o dia ou durante períodos menos frequentes, porém mais intensos, que podem continuar por horas, e durar por meses ou anos.

Transtorno de escoriação (Skin-picking)

Nesse transtorno, o paciente belisca a própria pele de forma recorrente, resultando em lesões. Os locais mais comuns são rosto, braços e mãos, porém, muitos indivíduos beliscam múltiplas partes do corpo normalmente usando as unhas, mas existem aqueles que utilizam pinças, alfinetes e outros objetos. Além de beliscar a pele, pode haver comportamentos de esfregar, espremer e morder. Frequentemente passam quantidades significativas de tempo em seu comportamento de beliscar, às vezes várias horas por dia, e esse comportamento pode durar meses ou anos.

TEPT

Transtornos relacionados a traumas e estressores

Transtorno do Estresse Pós Traumático (TEPT) – exposição a episódio concreto ou ameaça de morte, lesão grave ou violência sexual em uma das seguintes formas:

Vivenciar diretamente o evento

Testemunhar pessoalmente o evento

Saber que o evento ocorreu com um familiar

Ter lembranças intrusivas do evento

Sonhos angustiantes cujo conteúdo está relacionado ao evento

Flashbacks nos quais o indivíduo sente e age como se o evento estivesse ocorrendo novamente

Reações fisiológicas intensas a sinais internos ou externos que se assemelham a algum aspecto do evento

ALZHEIMER

Transtorno Neurocognitivo maior ou leve devido à

Doença de Alzheimer

A Doença de Alzheimer (DA) é um transtorno neurocognitivo, caracterizado pelo início insidioso e progressão gradual dos sintomas. Há perda de funções cognitivas como memória, orientação, atenção e linguagem, causada pela morte das células cerebrais. Para fácil entendimento, podemos dividi-la em fases, porém, os sintomas classificados em diferentes fases podem se misturar em um mesmo período.

Na fase leve podem ocorrer:

 Perda de memória recente

 Perda de iniciativa e motivação

 Sinais de depressão

 Diminuição do interesse por atividades antes prazerosas

 Dificuldade para encontrar palavras

 Desorientação no tempo e no espaço

 Dificuldade para tomar decisões

 Agressividade

Na fase moderada podem ocorrer:

 Prejuízo mais evidente de memória como esquecimento de nome de pessoas próximas, esquecimentos de fatos importantes do dia a dia

 Incapacidade de cozinhar/cuidar da casa

 Necessidade de ajuda para higiene pessoal e autocuidados

 Maior dificuldade na linguagem (falar e se expressar com clareza)

 Alterações no comportamento como irritabilidade, agressividade e inquietação

 Desconfiança e ciúme exacerbados

 Alucinações (ouvir e ver o que os outros não estão ouvindo ou vendo)

 Incapacidade de viver sozinho

Na fase grave podem ocorrer:

 Grave prejuízo na memória – incapacidade de lembrar de situações novas, de armazenamento de informações e de recuperação de dados antigos como reconhecimento de parentes, locais conhecidos, etc...

 Incapacidade de entender o que se passa a sua volta

 Dificuldade extrema de orientar-se dentro de casa

 Dificuldade em alimentar-se

 Prejuízo motor causando dificuldade na locomoção, sendo necessário auxílio para caminhar e posteriormente uso de cadeira de rodas e ao longo do tempo o paciente fica acamado

 Incontinência urinária e fecal

O diagnóstico da Doença de Alzheimer é feito através de uma avaliação médica com entrevista detalhada com paciente e familiares, exames físicos, neurológicos e avaliações neuropsicológicas para mensuração objetiva das funções cognitivas do paciente, auxiliando no diagnóstico e identificando de forma mais objetiva a extensão e a natureza dos déficits, possibilitando uma avaliação mais adequada do potencial de reabilitação e prognóstico de cada caso.

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